O
presente texto “Jogo, brinquedo e brincadeira” nos faz um alerta para
conseguirmos compreender o real significado da palavra jogo, visto que esse
termo possa significar inúmeras circunstâncias devido a sua complexidade de
definição, que se torna cada vez mais impreciso de acordo com as análises
culturais de cada região, pois como até discutido entre as alunas do curso de
pedagogia, na matéria de Ludicidade, cada cultura atribui um valor para o jogo,
tendo o brinquedo significado lúdico para um grupo, e para outro pode assumir
um caráter religioso ou até mesmo um arsenal de guerra.
Ao
discorrer pelo texto notamos que o autor apresenta a ideia de jogo na visão de
vários estudiosos, colocando que a partir do momento onde utilizamos o jogo
como meio de aprendizagem, ele nunca para a criança pode deixar de ser um jogo.
Quem tem um objetivo no brincar é o educador; ele quem deve preparar o ambiente
para a brincadeira, estando a criança focada apenas no ato de brincar; no seu
meio e não no fim.
Wittgenstein
diz que devido a inúmeros sentidos dado ao jogo, seria mais fácil compreendê-lo
se classificarmos de acordo com graus de parentesco; “semelhanças de família”
(p.3). Já Henriot, afirma que através dessa complexidade é necessário
analisarmos a situação concreta (o jogo) e a atitude mental do sujeito.
Huzinga
descreve o jogo como elemento cultural que deve almejar o prazer no brincar seu
caráter não sério e voluntário. O estudioso nos alerta também para a questão
das regras, sendo elas implícitas ou explícitas. Callois, seguindo o mesmo eixo
de Huzinga, comenta que o jogo ao apresentar o lado lúdico e social, deve ser
uma ação do próprio ser, onde não visa um resultado final e que a incerteza do
rumo do jogo está sempre presente.
Quem
acaba esboçando um maior significado para o estudo do “jogo” é Christie ao
classificar as diferenciações referentes à nomenclatura. Ela destaca a
não-literalidade (realidade interna predomina sobre a externa), o efeito
positivo (o prazer no brincar), a flexibilidade, a prioridade no processo de
brincar, a livre escolha e o controle interno (liberdade ao jogar). Fromberg é
outro estudioso que classifica o jogo, destacando o simbolismo, a significação,
a atividade, a voluntariedade, sendo ele regrado e episódico.
No
Brasil também temos pesquisadores que sentem a mesma dificuldade em classificar
o “jogo”, sendo por sua complexidade, ou ainda pela falta de estudo na área. O
brinquedo é entendido como objeto, brincadeira como a conduta (regras) e jogo
como a intersecção dos dois. “Segundo Beart, o brinquedo é o suporte da
brincadeira, quer seja concreto ou ideológico, concebido ou simplesmente
utilizado como tal ou mesmo puramente fortuito”. (p. 7)
O
texto nos mostra a grande ligação existente entre o brinquedo e o meio onde ele
está inserido e o interesse dos estudos históricos em explorar o tema. Porém,
discordamos no ponto no qual Granje mostra a impossibilidade em escrever a
história do brinquedo, visto que vários estudos na área vem ganhando enfoque no
que diz respeito à micro história ou à historia de gênero quando traz inúmeras
teses sobre a boneca (que é até citado posteriormente no texto), isso tudo
porque a partir do século XX a História estar voltada para diversas versões e
sujeitos históricos. Assim, o jogo nesse contexto de brinquedo/brincadeira
acaba sendo analisado dentro de uma ação que é utilizado, sendo colocado muitas
vezes como algo frágil, não merecendo devida importância.
Não
podemos nos esquecer de mencionar a importância do jogo na educação, que
respeitando seu caráter lúdico é um ótimo recurso para desenvolver nas crianças
manifestações internas e externas.
Por
mais que possamos notar o enfoque do texto para a definição do termo jogo, não
podemos deixar de concluir que ele deve ser encarado de forma que desenvolva no
ser capacidades cognitivas, afetivas e motoras através de algo que seja livre,
espontâneo e prazeroso.
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