sábado, 22 de março de 2014

O brincar e seus métodos de aprendizagem

O presente texto “Jogo, brinquedo e brincadeira” nos faz um alerta para conseguirmos compreender o real significado da palavra jogo, visto que esse termo possa significar inúmeras circunstâncias devido a sua complexidade de definição, que se torna cada vez mais impreciso de acordo com as análises culturais de cada região, pois como até discutido entre as alunas do curso de pedagogia, na matéria de Ludicidade, cada cultura atribui um valor para o jogo, tendo o brinquedo significado lúdico para um grupo, e para outro pode assumir um caráter religioso ou até mesmo um arsenal de guerra.
Ao discorrer pelo texto notamos que o autor apresenta a ideia de jogo na visão de vários estudiosos, colocando que a partir do momento onde utilizamos o jogo como meio de aprendizagem, ele nunca para a criança pode deixar de ser um jogo. Quem tem um objetivo no brincar é o educador; ele quem deve preparar o ambiente para a brincadeira, estando a criança focada apenas no ato de brincar; no seu meio e não no fim.
Wittgenstein diz que devido a inúmeros sentidos dado ao jogo, seria mais fácil compreendê-lo se classificarmos de acordo com graus de parentesco; “semelhanças de família” (p.3). Já Henriot, afirma que através dessa complexidade é necessário analisarmos a situação concreta (o jogo) e a atitude mental do sujeito.
Huzinga descreve o jogo como elemento cultural que deve almejar o prazer no brincar seu caráter não sério e voluntário. O estudioso nos alerta também para a questão das regras, sendo elas implícitas ou explícitas. Callois, seguindo o mesmo eixo de Huzinga, comenta que o jogo ao apresentar o lado lúdico e social, deve ser uma ação do próprio ser, onde não visa um resultado final e que a incerteza do rumo do jogo está sempre presente.
Quem acaba esboçando um maior significado para o estudo do “jogo” é Christie ao classificar as diferenciações referentes à nomenclatura. Ela destaca a não-literalidade (realidade interna predomina sobre a externa), o efeito positivo (o prazer no brincar), a flexibilidade, a prioridade no processo de brincar, a livre escolha e o controle interno (liberdade ao jogar). Fromberg é outro estudioso que classifica o jogo, destacando o simbolismo, a significação, a atividade, a voluntariedade, sendo ele regrado e episódico.
No Brasil também temos pesquisadores que sentem a mesma dificuldade em classificar o “jogo”, sendo por sua complexidade, ou ainda pela falta de estudo na área. O brinquedo é entendido como objeto, brincadeira como a conduta (regras) e jogo como a intersecção dos dois. “Segundo Beart, o brinquedo é o suporte da brincadeira, quer seja concreto ou ideológico, concebido ou simplesmente utilizado como tal ou mesmo puramente fortuito”. (p. 7)
O texto nos mostra a grande ligação existente entre o brinquedo e o meio onde ele está inserido e o interesse dos estudos históricos em explorar o tema. Porém, discordamos no ponto no qual Granje mostra a impossibilidade em escrever a história do brinquedo, visto que vários estudos na área vem ganhando enfoque no que diz respeito à micro história ou à historia de gênero quando traz inúmeras teses sobre a boneca (que é até citado posteriormente no texto), isso tudo porque a partir do século XX a História estar voltada para diversas versões e sujeitos históricos. Assim, o jogo nesse contexto de brinquedo/brincadeira acaba sendo analisado dentro de uma ação que é utilizado, sendo colocado muitas vezes como algo frágil, não merecendo devida importância.
Não podemos nos esquecer de mencionar a importância do jogo na educação, que respeitando seu caráter lúdico é um ótimo recurso para desenvolver nas crianças manifestações internas e externas.

Por mais que possamos notar o enfoque do texto para a definição do termo jogo, não podemos deixar de concluir que ele deve ser encarado de forma que desenvolva no ser capacidades cognitivas, afetivas e motoras através de algo que seja livre, espontâneo e prazeroso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário